sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017

3. AS PROVAS

3. AS PROVAS 


Se vossa consciência já não vos faz mais admirar qualquer nova possibilidade, como podeis negar a priori uma forma de existência diferente daquela do vosso corpo físico? Pelo menos, deveis alimentar a dúvida a respeito da sobrevivência que vosso Eu interno vos sugere a cada momento, e que inconscientemente, por instinto, sonhais em todas as vossas aspirações e obras. Como podeis acreditar que vossa Terra pequenina, que vedes navegar pelo espaço como um grãozinho de areia no infinito, contenha a única forma possível de vida no universo? Como podeis acreditar que vossa vida de dores e alegrias fictícias e contraditórias possa representar toda a vida de um ser?  

Então, não esperastes nem sonhasteis nada mais alto, na diuturna fadiga de vossos sofrimentos e de vosso trabalho? Se eu vos oferecesse uma fuga desses sofrimentos, uma libertação e uma superação; se eu vos abrisse o respiradouro de um grande mundo novo, que ainda desconheceis, e vos permitisseis contemplá-lo por dentro para vosso bem, não correríeis como correis para ver as máquinas que devoram o espaço sulcando os céus e ouvem as longíquas ondas elétricas? Vinde. Mostro-vos as grandes descobertas que fará a ciência, especialmente as das vibrações psíquicas, por meio das quais nos é permitido, a nós, espírito sem corpo, comunicar-nos com aquela parte de vós que é espírito, como nós. Segui-me. Não se trata de um lindo sonho, nem a fantástica exploração do futuro, a que estou fazendo: é o vosso amanhã. Sede inteligentes à altura de vossa ciência; sede modernos, ultramodernos, e vislumbrareis o espírito, que é a realidade do amanhã, e o tocareis com o raciocínio, o refinamento de vossos órgãos nervosos, com o progresso de vossos instrumentos científicos. O espírito está aí, à espera, e fará vibrar as civilizações futuras.  

As verdades filosóficas fundamentais, tão discutidas durante milênios, serão resolvidas racionalmente por meio da simples razão, porque vossa inteligência terá progredido; o que dantes, por outras forças intelectivas, tinha que ser forçosamente dogma e mistério de fé, será questão de puro raciocínio, será demonstrável e portanto, verdade obrigatória para todo o ser pensante. 

*     *     * 

 Não sabeis que todas as descobertas humanas nasceram da profundidade do espírito que contatou com o além? De onde vem o lampejo do gênio, a criação da arte, a luz que guia os líderes dos povos, senão deste mundo, de onde vos falo? As grandes idéias que movem e fazem avançar o mundo, acaso as encontrais no ambiente de vossas competições cotidianas, ou no mundo dos fenômenos que a ciência observa? Então, de onde vêm?  

Não podeis negar o progresso: o próprio materialismo, que  vos tornou céticos, teve de proferir a palavra evolução. Vós mesmos que negais, estais todos ansiosos e ávidos de ascensão; não podeis negar que o intelecto progride e existem alguns homens mais adiantados do que outros. Portanto, não pode ser impossível para a razão e para a ciência, admitir que alguns dentre vós tenham atingido, por evolução, uma tal sensibilidade nervosa de sentir o que não conseguis perceber: as ondas psíquicas, que nós, os espíritos, transmitimos. São eles os médiuns espirituais, verdadeiros instrumentos receptores de correntes e de conceitos que podemos transmitir. Esse é o mais alto grau de mediunidade (em alguns casos totalmente consciente), quando podem estabelecer-se relações de sintonia; disso nos servimos para o elevado objetivo de transmitir-vos nosso pensamento.  

Muitos médiuns ouvem com novo sentido de audição psíquica, não mais com o acústico. Ouvem-nos com seu cérebro. Sintonia quer dizer capacidade de ressonância. Espiritualmente, sintonia é simpatia, isto é, capacidade de sentir em uníssono. Quer acústica, quer elétrica ou espiritualmente, o princípio vibratório de correspondência é o mesmo, porque a lei é uma, em todos os campos4.  

Naturalmente, quem não ouve nega; mas não poderá, não terá o direito de negar que os outros possam ouvir e que ouçam. Quem nega pede provas e só se dispõe a conceder seu consentimento depois de haver verificado esses fatos, necessários para sacudir esse seu tipo de mentalidade. Mas, jamais pensasteis na relatividade de vossa psicologia, devida aos diversos graus de evolução de cada um? Jamais pensasteis naquilo que impressiona a mente de um, deixa a de outro indiferente e como cada um exige a "sua" prova? Que número enorme de provas seria necessário para cada um sentir-se impressionado em sua própria sensibilidade particular! Para cada um, um fato pode inserir-se em sua vida, em sua concepção de vida, na orientação dada a todos os seus atos. O próprio raciocínio não serve para todos, porque a demonstração se torna, com frequência discussão que, em lugar de convencer, transforma-se em desabafo agressivo, exemplo de luta, que exarceba os ânimos.  

Restaria o prodígio. Mas as leis de Deus são imutáveis porque perfeitas; o que é perfeito não pode ser alterado nem corrigido. Acreditai: só em vossa psicologia sedenta de violações, pode existir esse pensamento atrasado de que uma violação seja prova de força. Isso pode ter ocorrido em vosso passado de homens selvagens, imbuídos de luta e rebelião; para nós, o poder está na ordem, no equilíbrio, na coordenação das forças, e não na revolta, na desordem, no caos.  

Além disso, um milagre vos convenceria? O Cristo fez tantos! Acreditasteis? Um milagre é sempre um fato exterior a vós, podeis negá-lo todas as vezes que vos for cômodo, porque perturba vossos interesses.  

Conclusão: ou tendes pureza de ânimo e sinceridade de intenções e então sentireis em minha palavra a Verdade, sem provas exteriores (eis a intuição), pelo seu tom e conteúdo; ou estais de má fé e vos aproximais com duplo fim, para demolir ou especular porque, acima de qualquer discussão, já colocasteis o preconceito de vosso interesse ou vantagem. Então, estais armados para recusar qualquer prova. O fato não é externo, não é apreciável pelos sentidos, portanto, é sempre discutível para quem queira negá-lo; antes, é íntimo, intrínseco.  

A verdadeira prova é apenas uma. É a mão de Deus que vos alcança em vossas próprias casas, é a dor que, superando as barreiras humanas, atinge-vos e vos sacode, é a crise do espírito, é a maturação do destino, é a tonitruante voz do mistério que vos surpreende a cada esquina da vida e vos diz: basta! Eis o caminho! Essa prova, vós a sentis; ela vos perturba, esmaga, espanta, mas é irresistível, transforma-vos, e vos convence. Então vós, negadores irônicos, vos ajoelhais, tremeis e chorais. Chegou o grande momento. Deus vos tocou. Eis a prova!  

Vossa vida está cheia dessas forças desconhecidas em ação. São as maiores, das quais dependem vossas vicissitudes e o destino dos povos. Quantas já não estão prontas a mover-se no desconhecido amanhã, mesmo contra vós que me ledes? Os inconscientes sacodem os ombros ao amanhã; só os corajosos ousam olhá-lo de cara, seja bom ou ruim. Eu falo, ó homem, de vosso destino, de vossa vitória e de vossas dores de amanhã, não apenas naquele longíquo futuro sobre o qual não vos preocupais, mas de vosso futuro próximo. Minhas palavras dar-vos-ão novo e mais profundo sentido da vida e do destino, de vossa vida e de vosso destino.  

Já falei ao mundo e aos povos de seus grandes problemas coletivos. Agora falo a vós, no silêncio de vosso recolhimento. Minhas palavras são boas e sábias e visam a fazer de vós um ser melhor, para vós mesmos, para vossa família, para vossa pátria.  

domingo, 22 de janeiro de 2017

2. INTUIÇÃO

2. INTUIÇÃO

Não vos espanteis com esta incompreensível intuição3[ 3  - Desse especialíssimo método de pesquisa, aqui apenas delineado, os volumes As   Noúres e Ascese Mística tratam a fundo.   (2.1)] . Começai por não negá-la e ela aparecerá. O grande conceito que a ciência afirmou (embora de forma incompleta e com consequências erradas), a evolução, não é uma quimera e estimula vosso sistema nervoso para uma sensibilidade cada vez mais delicada, que constitui o prelúdio dessa intuição. Assim se manifestará e aparecerá em vós essa psique mais profunda, por lei natural de evolução, por fatal maturação que está próxima. Deixareis de lado, para uso da vida prática, vossa psique exterior e de superfície, a razão, pois só com a psique interior que está na profundeza de vosso ser, podereis compreender a realidade mais verdadeira, que se encontra na profundeza das coisas. Esta é a única estrada que conduz ao conhecimento do Absoluto. Só entre semelhantes é possível a comunicação; para compreender o mistério que existe nas coisas deveis saber descer no mistério que está em vós.

Não ignorais isto totalmente; olhais admirados tantas coisas que afloram de vossa consciência mais profunda, sem poderdes descobrir as origens: instintos, tendências, atrações, repulsas, intuições. Daí nascem irresistíveis todas as maiores afirmações de vossa personalidade. Aí está o vosso verdadeiro e eterno Eu. Não o Eu exterior, aquele que sentes mais quando estais no corpo, aquele Eu que é filho da matéria e que morre com ela. Esse Eu exterior, essa consciência clara, expande-se no contínuo evolver da vida, aprofunda-se para aquela consciência latente que tende a vir à tona e a revelar-se. Os dois pólos do ser — consciência exterior clara e consciência interior latente — tendem a fundir-se. A consciência clara experimenta, assimila, imerge na latente os produtos assimilados através do movimento da vida — destilação de valores, automatismos, que constituirão os instintos do futuro. Assim expande-se a personalidade com essas incessantes trocas e se realiza o grande objetivo da vida. Quando a consciência latente tiver se tornado clara e o Eu tiver pleno conhecimento de si mesmo, o homem terá vencido a morte. Aprofundarei mais adiante essa questão.

O estudo das ciências psíquicas é o mais importante que podeis hoje fazer. O novo instrumento de pesquisa que deveis desenvolver e se está desenvolvendo, naturalmente, é a consciência latente. Já olhastes bastante para fora de vós. Agora resolvei o problema de vós mesmos e tereis resolvido todos os outros problemas. Habituai aos poucos vosso pensamento a seguir esta nova ordem de idéias. Se souberdes transferir o centro de vossa personalidade para essas camadas profundas, sentireis revelar-se em vós novos sentidos, uma percepção anímica, uma faculdade de visão direta; esta é a intuição da qual vos falei. Purificai-vos moralmente e refinai a sensibilidade do instrumento de pesquisa, que sois vós, e só então podereis ver.

Aqueles que absolutamente não sentem essas coisas, os imaturos, ponham-se de lado; torneiem-se até chafurdarem-se na lama de suas baixas aspirações e não peçam o conhecimento, precioso prêmio concedido apenas a quem duramente o mereceu.

sexta-feira, 13 de janeiro de 2017

1. CIÊNCIA E RAZÃO

A GRANDE SÍNTESE de Pietro Ubaldi

1. CIÊNCIA E RAZÃO 

Em outro lugar e de outra forma1[1 - V. o volume Grandes Mensagens. (1.1) ], falei especialmente ao coração, usando linguagem simples, adaptada aos humildes e aos justos que sabem chorar e crer. Aqui falo à inteligência, à razão cética, à ciência sem fé, a fim de vencê-la, superando-a com suas próprias armas. A palavra doce que atrai e arrasta, porque comove, foi dita. Indico-vos agora a mesma meta, mas por outros caminhos, feitos de ousadias e potência de pensamento, pois quem pede isso não saberia ver de outra forma, por faltar-lhe a fé ou incapacidade de orientação para compreender.

O pensamento humano avança. Cada século, cada povo segue um conceito de acordo com o desenvolvimento que obedece a leis a que estais submetidos. Em qualquer campo, a nova idéia vem sempre do Alto e é intuída pelo gênio. Depois, dela vos apoderais, a observais, a decompondes, a viveis, passando, então, à vossa vida e às leis. Assim, desce a idéia e, quando se fixa na matéria, já esgotou seu ciclo, já aproveitastes todo seu suco e a jogais fora para absorverdes, em vossa alma individual e coletiva novo sopro divino. 

Vosso século possuiu e desenvolveu uma idéia toda própria que os séculos precedentes não viam, pois estavam atentos em receber e desenvolver outras. Vossa idéia foi a ciência, com que acreditastes descobrir o absoluto, embora essa também seja uma idéia relativa que, esgotado seu ciclo, passa; eu venho falar-vos exatamente porque ela está passando.  

Vossa ciência lançou-se num beco escuro, sem saída, onde vossa mente não tem amanhã. Que vos deu o último século? Máquinas como jamais o mundo as teve (mas que, no entanto, são apenas máquinas) e, em compensação, ressecou vossa alma. Essa ciência passou como um furacão destruidor de toda a fé e vos impõe, com a máscara do ceticismo, um rosto sem alma. Sorris despreocupados, mas vosso espírito morre de tédio e ouvem-se gritos dilacerantes. Até vossa própria ciência é uma espécie de desespero metódico, fatal, sem mais esperanças. Terá ela resolvido o problema da dor? Que uso sabe fazer dos poderosos meios que lhe deram os segredos arrancados da natureza? Em vossas mãos, o saber e a força transformam-se sempre em meios de destruição.  

Para que serve, então, o  saber, se ao invés de impulsionar-vos para o Alto, tornando-vos melhores, para vós se torna instrumento de perdição? Não riais, ó céticos, que julgais ter resolvido tudo, porque sufocastes o grito de vossa alma que anseia por subir! A dor vos persegue e vos encontrará em qualquer lugar.  Sois crianças que julgais evitar o perigo escondendo a cabeça e fechando os olhos, mas existe uma Lei, invisível para vós, todavia mais forte que a rocha, mais poderosa que o furacão, que caminha inexorável movimentando tudo, animando tudo; essa Lei é Deus. Ela está dentro de vós, vossa vida é uma exteriorização dela e derramará sobre vós alegria ou dor, de acordo com a justiça, como o merecerdes. Eis a síntese que vossa ciência, perdida nos infinitos pormenores da análise, jamais poderá reconstituir. Eis a visão unitária, a concepção apocalíptica que venho trazervos.  

Para que me possa fazer compreender, é mister que fale de acordo com vossa mentalidade e me coloque no momento psicológico que vosso século está vivendo. É indispensável que eu parta justamente dos postulados da vossa ciência, para dar-lhe uma direção totalmente nova. Vosso sistema de pesquisa objetiva, à base da observação e experiência, não vos pode levar além de certos resultados. Cada meio pode fornecer certo rendimento e nada mais, e a razão é um meio. A análise não poderia chegar à grande síntese, grande aspiração que ferve no fundo de todas as almas, senão por meio de um tempo infinito, de que não dispondes.  Vossa ciência arrisca-se a não concluir jamais e o “ignorabimus” quer dizer falência. A tarefa da ciência não pode ser apenas a de multiplicar vossas comodidades.  Não estranguleis, não sufoqueis a luz de vosso espírito, única alegria e centelha da vida, até o ponto de tornar a ciência, que nasce do vosso intelecto, uma fábrica de comodidades. Esta é prostituição do espírito, é vergonhosa venda de vós mesmos à matéria.  

A ciência pela ciência não tem valor, vale apenas como meio de ascensão da vida. Vossa ciência tem um pecado original: dirigir-se apenas à conquista do bem-estar material. A verdadeira ciência deve ter como finalidade tornar melhores os homens. Eis a nova estrada que precisa ser palmilhada. Essa é a minha ciência2[2 - Para compreender esse estilo incomum, é necessário conhecer a técnica da gênese deste pensamento, mediante a leitura de outros volumes, os primeiros, pertencentes à obra.  (1.7)]. 


 *     *     * 


 Não falo para ostentar sabedoria ou para satisfazer a curiosidade humana, vou direto ao objetivo: para melhorar-vos moralmente, pois venho para fazer-vos o bem. Não me vereis despender qualquer esforço para adaptar e enquadrar meu pensamento ao pensamento filosófico humano, ao qual me referirei o menos possível. Ao contrário, ver-me-eis permanecer continuamente em contato com a fenomenologia do universo. Importa escutar verdadeiramente essa voz, que contém o pensamento de Deus. Compreendei-me, vós que não acreditais, vós céticos, que julgais sabedoria a ignorância das coisas do espírito e, no entanto, admirais o esforço de conquista que o homem, diariamente, exerce sobre as forças da natureza. Ensinar-vos-ei a vencer a morte, a superar a dor,  a viver na grandiosidade imensa de vossa vida eterna. Não acorrereis com entusiasmo ao esforço necessário para obter tão grandes resultados? Vamos, pois, homens de boa vontade, ouvi-me! Primeiro compreendei-me com o intelecto e quando este ficar iluminado e virdes claramente a nova estrada que vos traço, palpitará também vosso coração e nele se acenderá a chama da paixão, para que a luz se transmude em vida e o conceito em ação.  

O momento é crítico, mas é mister avançar. E então (coisa incrível para a construção psicológica que o último século imprimiu em vós) nova verdade vos é comunicada por meios que desconheceis, para que possais descobrir o novo caminho. O Alto, que vos é invisível, nunca deixou de intervir nos momentos culminantes da História. Que sabeis do amanhã, que sabeis da razão por que vos falo? Que podeis imaginar daquilo que o tempo vos prepara, vós, que estais imersos no átimo fugidio? Indispensável avançar, mais que isso não vos seria possível. As vias da arte, da literatura, da ciência, da vida social estão fechadas, sem amanhã. Não tendes mais o alimento do espírito e remastigais coisas velhas que já são produtos de refugo e devem ser expelidos da vida. Falarei do espírito e vos reabrirei aquela estrada para o infinito, que a razão e a ciência vos fecharam.  

Ouvi-me, pois. A razão que utilizais é um instrumento que possuís para prover os misteres, as necessidades mais externas da vida: conservação do indivíduo e da espécie. Quando lançais este instrumento no grande mar do conhecimento, ele se perde, porque neste campo, os sentidos (que muito servem para vossas necessidades imediatas) somente esfloram a superfície das coisas e sua incapacidade absoluta de penetrar a essência vós a sentis. A observação e a experiência, de fato, deram-vos apenas resultados exteriores de índole prática, mas a realidade profunda vos escapa porque o uso dos sentidos como instrumento de pesquisa, embora ajudado por meios adequados, vos fará permanecer sempre na superfície, fechando-vos o caminho do progresso.  

Para avançar ainda, é preciso despertar, educar, desenvolver uma faculdade mais profunda: a intuição. Aqui entram em função elementos complementares novos para vós. Algum cientista jamais pensou que, para compreender um fenômeno, fosse indispensável a própria purificação moral? Partindo da negação e da dúvida, a ciência colocou a priori uma barreira intransponível entre o espírito do observador e o fenômeno. O eu que observa permanece sempre intimamente estranho ao fenômeno, atingido apenas pela estrada estreita dos sentidos. Jamais o cientista abriu sua alma, para que o mistério encarasse o próprio mistério e se comunicassem e se compreendessem. O cientista jamais pensou que é preciso amar o fenômeno, tornar-se o fenômeno observado, vivê-lo; é indispensável transportar o próprio Eu, com sua sensibilidade, até o centro do fenômeno, não apenas com uma comunhão, mas com uma verdadeira transfusão de alma. 

Compreendeis-me? Nem todos poderão compreender, pois ignoram o grande princípio do amor; ignoram que a matéria é, em todas as suas formas (até nas menores) sustentada, guiada, organizada pelo espírito que, em diversos graus de manifestação, existe por toda a parte. Para compreender a essência das coisas, tereis que abrir as portas de vossa alma e estabelecer, pelos caminhos do espírito, essa comunicação interior, entre espírito e espírito; deveis sentir a unidade da vida que irmana todos os seres, desde o mineral até o homem, em trocas de interdependências, numa lei comum; deveis sentir esse liame de amor com todas as outras formas da vida, porque tudo, desde o fenômeno químico até o social, é vida, regida por um princípio espiritual. Para compreender, é necessário que possuais uma alma pura e que um liame de simpatia vos una a todo o criado. A ciência ri de tudo isso e por esse motivo deve limitar-se a produzir comodidades e nada mais. Nisto que vos estou a dizer reside exatamente a nova orientação que a personalidade humana deve conseguir, para poder avançar.

APRESENTAÇÃO

Apresentação

Sejam todos bem-vindos!

Este espaço foi aberto para facilitar o estudo de A GRANDE SÍNTESE de Pietro Ubaldi. Esta Obra traz à luz informações sobre a EVOLUÇÃO da Matéria mais simples (H - hidrogênio) até a matéria mais velha e radioativa (U - urânio) e deste à Energia de alta frequência até a Energia de baixa frequência e desta ao Vórtice Psíquico simples ao Psiquismo mais elaborado, alcançando a fase humana e depois a que está vindo a seguir, a fase Super-Humana!

Poderemos compreender, pela via da razão e ciência, porque a natureza não dá saltos e evolui por continuidade! Ou seja, tudo está interligado, na intimidade, embora pareçam separados diante dos nossos olhos que só podem ver a superfície isolada das coisas!

Não deveremos ter dificuldade em entender porque tudo evolui por sementes (tanto a Matéria, Energia e Psiquismo, dentro do nosso concebível)!

Saber que desenvolvemos ferramentas psíquicas tanto de superfície (como a razão, através do sistema sensorial), mas também de profundidade (como a intuição, através de postura íntima ético-moral) e poder aplicar este mecanismo de expansão evolutiva do nosso eu, baseado na lógica clara da compreensão, é uma oportunidade ímpar, neste momento!

Saber também que a evolução se faz por idas e vindas com resultante positiva em direção a uma meta mais elevada é, na verdade, confortante para aqueles que precisam deste entendimento para se fortalecer nas fases mais difíceis da vida! Pois a vida evolui em "espiral respiratória" de contração e expansão, mas sempre se expandindo na direção do Ponto de Partida, que é a Fonte Divina de onde foi Emanada!

Compreender que a Primeira SEMENTE é Criada pela Fonte Criadora e que depois EVOLUI (se expande, muda de fase) amadurece até desenvolver o seu FRUTO correspondente, é também compreender que tanto a TEORIA CRIACIONISTA quanto a TEORIA EVOLUCIONISTA estão AMBAS COERENTES E SE COMPLETAM!


CONVIDAMOS VOCÊ, QUE CHEGOU ATÉ AQUI, PARA EMBARCARMOS NESTA AVENTURA de fora para DENTRO e de DENTRO para fora!!!

Nosso Plano de Trabalho constará de 100 capítulos, ordenados como foram escritos e começando pelo primeiro: 1. CIÊNCIA E RAZÃO.

Até lá a todos e agradecemos a cada Um no Aqui/Agora!
artur.